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Só 5% dos aposentados não voltariam a trabalhar

Com mercado de trabalho aquecido, aposentados aproveitam a falta de mão de obra qualificada para permanecer por mais tempo na ativa.

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O aquecimento do mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos animou os profissionais aposentados. Hoje, num cenário de baixo desemprego em que há demanda por mão de obra qualificada, apenas 5% dos aposentados não pretendem voltar a trabalhar, segundo pesquisa da Vagas Tecnologia.

O levantamento mostra também que 47% dos aposentados continuam trabalhando, enquanto 48% estão sem emprego. A pesquisa foi feita entre novembro e dezembro do ano passado e teve a participação de 476 profissionais – sendo 82% de aposentados – por meio dos currículos cadastrados.

“Nós acreditamos que, por causa do apagão de mão de obra, o profissional aposentado vem sendo cada vez mais valorizado”, afirmou a gerente de relacionamento da Vagas Tecnologia, Fernanda Diez. “A tendência é que os aposentados continuem (presentes no mercado) uma vez eles voltam a ser valorizados no mercado de trabalho em paralelo ao apagão de mão de obra no Brasil”, disse.

A pesquisa identificou, em respostas múltiplas, os principais fatores que motivam a volta dos pensionistas para a ativa. No grupo dos aposentados fora do mercado, mas que desejam voltar à ativa, 53% buscam uma nova posição porque gostam de trabalhar, 49% se sentiriam mais ativos com o retorno, e 47% buscam uma nova posição por necessidade de renda extra. “Grande parte dos aposentados quer continuar trabalhando. Eles mantêm essa vontade porque querem se sentir ativos e gostam de trabalhar”, afirmou Fernanda

Propostas. A disputa por mão de obra no segmento dos aposentado é alta. Dos profissionais inativos, 36% receberam uma oferta para voltar ao mercado de trabalho nos últimos três meses. “Os aposentados trazem uma bagagem grande, têm um outro senso de relacionamento no ambiente de trabalho”, disse Fernanda. Entre os aposentados que estão trabalhando, 80% querem trocar de emprego.

A pesquisa também mostrou que 86% dos aposentados gostariam de permanecer na mesma área ou retornar para um antigo setor. Os demais (14%) têm o desejo de uma oportunidade em nova área.

Baixa desocupação. Nos últimos anos, profissionais mais experientes já vinham sentindo a maior disputa por mão de obra. Entre os trabalhadores com mais de 50 anos, a taxa de desocupação em novembro foi de apenas 1,7%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O resultado é o mais baixo da série histórica iniciada em 2002.

“A população brasileira está envelhecendo e há cada vez menos ingressantes no mercado de trabalho, o que cria essa condição do excesso de oferta de emprego. Isso estimula quem está fora do mercado”, disse Otto Nogami, professor de economia do Insper.

Na avaliação de Nogami, o País dispõe de especialistas, mas “há uma carência crescente” de trabalhadores generalistas. “Esse tipo de profissional tem uma visão mais ampla daquilo que está acontecendo no mercado ou mesmo no nível de atividade de empresa. Por isso, as pessoas de mais idade começam a ser buscadas”, afirmou.

A sensação, de acordo com o professor do Insper, é que atualmente os trabalhadores brasileiros estão protelando mais o período destinado para a aposentadoria. “As pessoas com mais idade tendem a permanecer um tempo maior no mercado de trabalhador”, afirmou.

Fonte: Estadão

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